sexta-feira, 25 de novembro de 2011

velho mundo velho

Oh velho mundo velho

Verás teus ricos filhos batendo a porta dos irmãos renegados

O que precisarias pra compreender?

Fizeste festas intermináveis com ouro roubado

e jogastes garrafas vazias no quintal dos teus vizinhos

Se orgulhastes de ti além da conta

Agora chegou a conta pra pagar

Não adianta tentar pagar com cartão

O cartão está vermelho - de sangue que não quer estancar

Agora terás que reaprender a comer,

um pão a cada refeição é mais que o suficiente

Não adianta querer impor novas leis

Você não passa de um inciso, digo inseto.

Oh filho rebelde,

Teu pai vivia tentando te ensinar,

Se esforçando pra te dar a melhor educação

Tu não destes ouvido

Tens agora que repetir a primeira das séries.

tá vendo aquela enxada? Volte para a primeira lição:

Aprendendo a plantar pra comer

Não esqueça de dividir com os vizinhos de terras inférteis

ou terás que refazer as primeiras lições da existência humana.

Sem direito a enxada ou campos Elísios.

5 comentários:

Anônimo disse...

OI BELEZA
VEJA ESTE:
Sonham as pulgas em comprar um cachorro
e sonham os ninguém em deixar de ser pobres;
que em algum dia mágico chova de repente
a boa sorte. Mas a boa sorte não chove
nem ontem nem hoje nem amanhã nem nunca;
nem como orvalho cai do céu a boa sorte,
mesmo que muito os ninguém a chamem,
ainda que sintam coceira na mão esquerda
ou se levantem com o pé direito
ou comecem o ano trocando de vassoura.
Os ninguém, os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguém, os impuros, os "ningueneados",
correndo da morte, morrendo da vida,
pisados, repisados; que não são ainda que sejam,
que não falam idiomas, mas gírias,
que não têm religião, mas superstições;
que não fazem arte, mas artesanato,
que não têm cultura, mas folclore;
que não são seres humanos, mas recursos humanos.
Que não tem rosto, mas braços,
que não têm nome, mas número.
Que não figuram na história universal,
mas na crônica policial da prensa local.
Os ninguém, que valem menos
que a bala que os mata.

(Do "LIVRO DOS ABRAÇOS".
Manuscrito sem nome do autor- Trad. GCC)

FRANÇA FILHO

Anônimo disse...

Valeu a visita França, querendo ou não os ninguéns sempre sustentaram os alguéns e nunca tiveram o reconhecimento. theo

Anônimo disse...

André.
Tocante o post e os coments. A lei de uma vida mais próxima do saudável sobre um ponto de vista evolutivo espiritual ou não, é feita de duas forças opostas constantes: dispersão e condensação; é desta forma que procede nosso equilíbrio funcional. É imprescindível para a maturação da nossa percepção em direção a algum ponto concreto necessariamente o sentido abstrato, pois para se achar um equilíbrio real o normal é preciso saber de toda noção do oposto. grande abraço Theo belo post!!!

Malthus de Queiroz disse...

Porra, monstro, Bucowski, Ginsberg, Eliot e todos os "malditos" da literatura agradecem esse poema com gosto de revolta santa.

theo costa disse...

Valeu a visita jovens...Theo