quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Atrás da tal motivação

Existem diversas teorias a respeito da motivação, todas elas tentando explicar o complexo
sistema do comportamento humano. O que leva as pessoas a se sentirem motivadas e felizes
durante e depois do expediente de trabalho - se é que isto tem alguma explicação...

Uma teoria, de Abraham Maslow, cria uma hierarquia das necessidades humanas,
relacionando-as numa sequência. Segundo o autor, o indivíduo não pensará na próxima
necessidade se anterior não estiver suprida.

-Necessidades fisiológicas : comer, beber, abrigar-se do frio e do calor, dormir, repousar
e ter relações sexuais.
-Necessidades de segurança: moradia, proteção contra perigos concretos e imaginários.
-Necessidades Sociais: Inclusão em grupos na sociedade, amor, afeto.
-Necessidades de Estima: Reconhecimento elevando a auto-estima.
-Necessidades de auto-Realização: O desenvolvimento pleno do seu potencial e a busca da
realização de desafios.

Outra Teoria bastante difundida é a de Frederic Hersberg, onde separa os fatores
motivacionais dos não motivacionais, denominando este último de "fatores higiênicos. O
argumento é que elementos como aumento de salário ou conforto no trabalho e benefícios não
deixam o indivíduo motivado por muito tempo pois logo estariam incorporados a sua rotina.O que realmente influenciariam na motivação prolongada seriam o reconhecimento, desafios,
incremento de responsabilidade e elevação da estima.

Analisando Maslow, algumas coisas parecem ter sentido, outras parecem meio evasivas.Até onde eu chegaria no elenco dessas necessidades com um baixo salário? Conseguiria obter
a tal auto-realização com sonhos frustrados pela baixa remuneração? As empresas oferecem
desafios interessantes ou impôem metas objetivas voltadas a valores? Quais grupos posso me
incluir, além de voluntários assistenciais, sem uma grana extra pro final de semana? Até
onde iria o amor da sua família sem o "din din" para pagar a escola dos filhos?

Passando para Hersberg, se um bom salário é um fator apenas higiênico, prefiro manter-me
desmotivado na semana e ter grana pra passar o final de semana numa bela praia dando
voltas de lancha com os amigos. Não sei se isso se chama capitalismo, mas ver suas contas chegarem no final do mês e ter que sortear quais serão pagas é ultra-desmotivante, eu diria que é broxante.

4 comentários:

Malthus de Queiroz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Malthus de Queiroz disse...

Acho bem interessantes as teorias motivacionais, exceto em um aspecto: parece que elas não levam em conta que o ser humano é contraditório e instável mpor excelência. Um bom salário, desafios vencidos e responsabilidades bem administradas não aniquilarão esse essência inconstante do ser humano, pois sempre haverá um incompletude. Mas é como você falou: mas vale um crise deprê em Paris, afogada em um legítimo bordeaux, do que vomitar cachaça na calçada do Bar do Pedro, ouvindo a Caetés FM. Muito bom esse texto, velho. abraço

Anônimo disse...

Valeu cara...No meu caso nem precisa ser Paris, gravatá já tá de bom tamanho...yehhh..

Theo

Catarina de Queiroz disse...

Rapaz, sei que esse texto é antigo mas resolvi ler todo o seu blog. Achei muito interessante as duas teorias. O teu texto tá muito bom mesmo. Agora o que me intrigou foi uma coisa: esses dois ganharam bem ou mal no período dessas teorias? Realmente eu prefiro pensar sobre toda essa existência humana e esses desafios diários tomando um bom vinho em qualquer lugar melhorzinho que o Bigode. Gostei da forma como você fez o artigo. Prendeu minha atenção. Bjs