domingo, 4 de maio de 2008

Psicologia amadora


O que faz as pessoas se isolarem?

A vida em sociedade é uma das características mais marcantes do ser humano. Em constantes trocas, as pessoas desenvolveram toda a complexa sistemática de relacionamentos; posteriormente criando comunidades, cidades, nações, impérios com as devidas sinergias e atritos gerados...enfim...todo aquele processo que estudamos ao longo do nosso período escolar.


Passando do macro para micro (não estou falando aqui sobre supermercado ou computação), as pessoas acabam tendo trocas maiores de relacionamento/afetividade com aqueles que o criaram - geralmente sua família - ou com os que de alguma forma entram em sintonia com sua forma de pensar.

Ai das rosas se não fossem os espinhos, tudo seria muito perfeitinho e a gente não teria nossos questionamentos. Esses relacionamentos são profundamente complexos, mesmo nas famílias mais amorosas. As pessoas brigam, se enfrentam, e outros preferem o isolamento... Pronto, chegamos no título do nosso texto.

Hoje é bem mais fácil se isolar, temos a companhia do computador, dos mp3s, dos aparelhos eletrônicos, da tv do "outro quarto", dos livros. Não precisamos mais ficar com a
cara no travesseiro...O diálogo deveria solucionar esse problema não é? Mas isso, geralmente não é tão simples, principalmente no relacionamento de pais e filhos e até entre irmãos. Mesmo depois dos filhos crescidos, muitos pais vêm com a velha desculpa: - mas eu digo isso pro seu bem...ou frases do tipo: - Detesto pessoas que fazem isso!; - Por que você não faz assim? - É muito feio agir dessa forma; ou clássica frase: Porque não quero e ponto final. Impondo seus conceitos e perpetuando suas próprias fragilidades. O isolamento termina sendo a forma mais viável que o outro encontra.

Pra se relacionar bem e evitar o distanciamento das pessoas que gostamos, temos que entrar no mundo do outro, ceder, tentar entender, respeitar diferenças, quebrar nosso próprio gelo antes que o inverno perdure por longos anos e a neve feche a última porta de ligação entre você e o
outro.

7 comentários:

Anônimo disse...

Nunca comento nada aqui, mas leio, sempre que posso, ou acho conveniente. Isso mesmo,

confesso: conveniente. A conveniência de nao discordar, ou de concordar porque me convém....
Mudei de ideia desta vez, ao ler sobre um assunto que afeta a todos: o isolamento humano,

que nao deixa de ser térmico e também acústico, afinal,o silêncio e a frieza dos olhares têm

sido comuns nas nossas relações "familiares". A convivência forçada passa a assim ser quando

nao mais conseguimos seguir os velhos conselhos ou quando nossas inovações confrontam os

métodos "certos" dos experientes.O homem é ser absorvente; mesmo que nao busque o novo, mesmo estacionário, absorve algo de alguém. Algumas vezes pra elaborar mudanças, outras para reforçar seus conceitos.
A familia é instituição - assim dizem - que tende a conservar seus conceitos, mas uma das prerrogativas para estar na família é perpetuar a espécie! Qual espécie, a dela própria ou a do novo indivíduo que, sendo de outra família veio integrá-la? Ambas buscaram a mesma coisa e se deparam com o novo. Há de surgir no novo casal o diálogo da intolerancia.
Descobri ao longo dos anos que é mais fácil conviver amigavelmente com os amigos do que com a família e isso nao significa que o amor familiar fora extirpado, pelo contrário, o amor familiar fica sofrido, sufocado pela ausencia das expressões.
Talvez por isso finjamos estar alegres aos nossos familiares quando na verdade estamos tristes -e vice-versa - para nao dar espaço à crítica que esfola o conceito do outro.
Muitas noites, senão todas, já à cama,penso na minha mãe, na minha irmã; eu raramente as abraço, apenas nos seus aniversarios, no dia das mães, natal e reveillon; gostaria de fazer isso mais e mais vezes mas nao faço e sei que é preciso ir lá e fazer e pronto.
Hoje eu tive a prova disso, consegui uma pequena vitória, mas vitória e vitória é sempre algo grande mesmo quando pequena, mas essa eu conto depois.

Fábio Gatt

Theo Costa disse...

Caramba...seu texto era pra estar lá na frente....ótima análise...

Anônimo disse...

Massa o texto, velho. Acredito que o surgimento dos apetrechos eletrônicos amenizou o isolamento. Mas confesso que de vez em quando gosto de ficar sem ninguém por perto. abraço

Catarina de Queiroz disse...

Eu gosto de me isolar às vezes. É bom pra pensar, pra dormir, pra ouvir música. Claro que também é bom ficar apenas com uma pessoa especial aproveitando o momento. O isolamento é necessário para o autoconhecimento. Bjs, Catarina

Anônimo disse...

Eu gosto de me isolar às vezes. É bom pra pensar, pra dormir, pra ouvir música. Claro que também é bom ficar apenas com uma pessoa especial aproveitando o momento. O isolamento é necessário para o autoconhecimento. Bjs, Catarina

Theo Costa disse...

É sempre bom se isolar por conta própria, não quando fazem isso por você.

Thays Brayner disse...

Precisamos tanto do isolamento, quanto da convivência para a evolução do espírito. Cada um no seu momento. O que decide o caso, acredito ser o equilíbrio entre corpo, almo, coração. Quando acontece em casos diferentes de sua vontade, ocasiona a solidão.
Bjs....